quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Considerações sobre shibari - Parte II


Introdução às práticas
Ainda que possua suas raizes em técnicas de tortura, a moderna arte dos jogos eróticos com cordas não é em absoluto cruel nem violenta. Trata-se de uma prática totalmente consensuada, com técnicas e limites definidos. Tanto o shibari como o bondage, têm desenvolvido estéticas e técnicas próprias.

Os japoneses utilizam tradicionalmente cordas de fibra de arroz características por ter grande rugosidade, mas também se podem usar cordas de algodão de 8 a 12 mm de diámetro e de 6 e 15 metros de comprimento.


A arte japonesa do encordoamento
O bondage japonês ou shibari, totalmente oposto as amarrações de orientação ocidental, como já foi dito, constrói-se por etapas, dividindo-se o corpo em tres partes principais: primeiro se imobiliza o tronco, depois as nádegas e o ventre, e finalmente o corpo em seu conjunto.

Como parte básica de nosso equipamento precisaremos uma ou duas cordas de 7 ou 8 metros, ou contar com algumas cordas curtas, de três a quatro metros.(Rompe a ortodoxia do bondage tradicional mas ajudar-nos-á muito no começo).


As 3 práticas básicas são:
Shinju: bondage de seios – as pérolas.
Sakuranbo: bondage de nádegas - as cerejas.
Karada: bondage corporal inteiro - o corpo.

SHINJU – As pérolas
(3 cordas curtas ou uma longa e uma curta)

1. Envolve-se o tórax com uma das cordas por baixo os seios mantendo uma pressão constante. Ata-se a corda nas costas à esquerda da coluna vertebral.

2. Repetir a operação com outra corda mas sobre os seios, (A não ser que se empregue apenas uma corda para tudo).

3. Dobrar a corda em 3 e passá-la por baixo das outras entre os seios, cruzando-a uma ou duas vezes e depois a levar às costas formando um "V". Tensionar a corda afim de sustentar e erguer os seios. Atar novamente a corda às costas mas não sobre a coluna vertebral.

4. A pressão mantida sobre os seios irá fazendo-os cada vez mais sensíveis junto com a estimulação dos pontos do shiatsu.







SAKURANBO – As Cerejas
(de uma a três cordas)

1. Pega-se uma corda, dobra-se e faz-se um nó simples com algum espaço para passar um laço. O laço realiza-se por baixo do umbigo, enlaça-se a circunferencia do corpo e passa os extremos da corda pelo laço.

2. Voltar a descer com a corda para o sexo, passando entre os lábios maiores, no caso de um modelo feminina.

3. Voltar a subir entre as nádegas e atar à corda que enlaça o corpo.

As outras duas cordas se enrolam em torno dos músculos das coxas por baixo das nádegas, amarrando-se e deixando uns 30 cm livres. Com essa parte restante sobe-se pelas costas e se amarra a corda da cintura. O nome desta técnica provém da forma com que ambas as cordas ao redor das nádegas lembra muito um par de cerejas.








KARADA – O Corpo
(necessita-se de uma corda longa)

1. Dobra-se a cordas em duas e passa-se ao redor do pescoço, deixando cair ambas as metades de lado do corpo.

2. Fazer um nó justo acima dos seios e outro entre os mesmos, o terceiro na metade do caminho entre o segundo e o umbigo, e o quarto entre o umbigo e os genitais.

3. A corda passa entre as pernas subindo o longo da coluna e passando os extremos pelo laço do pescoço, deixando-os pendurados ao longo do corpo.

4. Agora se separam ambos os extremos e se colocam sobre o tórax, um pela cada lado e abaixo dos seios.

5. Pega-se as pontas soltas das cordas e passa-se sobre as costas fazendo um nó.

6. Dobra-se novamente a corda em duas passando ao redor do pescoço, deixando cair uma parte de cada lado do corpo.

7. Fazer um nó justo acima dos seios, outro entre os seios, o terceiro na metade do caminho entre o segundo e o umbigo e um quarto nó entre o umbigo e o sexo.

8. Passar a corda entre as pernas, subir ao longo da coluna vertebral e passar ambas as pontas pelo laço do pescoço (também pode-se começar de novo para as costas antes de passar as pontas pelo laço).

9. Separar ambas as pontas e trazer sobre o tórax, uma de cada lado abaixo dos seios.

10. Passam-se as pontas por baixo das cordas e leva-se às costas para passá-los pelo laço das costas.

11.Começa-se de novo essa mesma operação (9 e 10) até o fim da corda.








Precauções
1) Quando se passa rapidamente uma corda sobre a pele devemos tomar certo cuidado para evitar queimaduras.
2) É conveniente ter sempre ao alcance da mão uma boa tesoura, um estilete ou faca que possam cortar a corda em caso de emergência.
3) Jamais passe um laço apertado ao redor do pescoço do modelo.
4) É preciso examinar regularmente as extremidades do corpo do modelo para comprovar que as cordas não estão demasiado apertadas.
5) Uma palavra de segurança é conveniente, em especial se o mestre carece de experiência na arte do shibari.
6) Não se deve praticar shibari com modelos que apresentem pressão baixa extrema, problemas cardiorrespiratorios ou de circulação.

* E sempre deve-se lembrar que: "não se trata de um simples amarrar as cordinhas", às vezes, as sensações que um modelo pode experimentar durante uma sessão de shibari podem chegar a níveis inimagináveis e roçar os limites do mágico. Põem-se em marcha sensações que ligam ao indivíduo com seu lado mais oculto e protegido: um terreno inexplorado que convém estudar com ânimo tranquilo e tempo abundante. O modelo, as sensatas e o Maestro, formam um triángulo mágico cujo resultado pode ser de algumas gratificantes horas, um tempo de incríveis emoções...ou o êxtase.
(Sanchidrian, Isacio. Apontes de Kinbaku, 1999)


Léxico
Hojo-jutsu: arte marcial consistente na imobilizacão de prisioneiros, primitivo antecessor do shibari.
Karada: a arte de realizar um bondage « à Japonesa »
Kotori: shibari em Suspensão
Nawa: corda
Nawashi: artista da corda
Nawashibari: atar com cordas
Musubime: nó
Sakuranbo: cerejas, o shibari das nádegas
Shibari: ação de "bondagear" a alguém
Shinju: pérolas, o shibari dos seios



Bibliografía
Matthias T.J. Grimme: Dás Bondage-Handbuch, Black Label by Earp, ISBN 3-931406-16-4
Master K, Shibari, the Art of Japanese Bondage, Secret Publications, 2004. ISBN 90-807706-2-0
Midori, Craig Morey Seductive Art of Japanese Bondage, Greenery Press, 2001 ISBN 1-890159-38-7

Contribuições externas
Wikibooks Shibari - A Arte da atadura erótica, em alemão
Rope-Magic: síntese ocidental-oriental do shibari
Shibari imortal: artigos, documentação e ensaios sobre shibari (inglês/português)
Introdução ao Shibari (castelhano)
Shibari e bondage de exhibición, performance (alemão/inglês)


Continua no próximo post...


por ShibumiSan

4 comentários:

xana disse...

Muito bom topico, e muito boa pagina.

parabens

Bjos Xana

ENTREGA E SUBMISSÃO disse...

Passando para te deixar um beijo!
qt as explicações , nem precisa dizer...
Excelente fds para ambos
{ísis}_MN

{Λїtą}_ŞT disse...

Olá, senhor!

Já estive aqui antes mas só comento uma postagem depois de ler realmente tudo... rs.
Só posso dizer mais uma vez que estão perfeitas as explicações com fotos ilustrando e que dá até uma "vontadinha" de experimentar... rsrsrs. Quem sabe?
Deixo abraços para o senhor e beijos para sua {(pupi)}.

{Λїtą}_ŞT

Anônimo disse...

Querida,não resisti tive q vir aqui pra fazer esse passo a passo ,adoroooo bondage ,tenho q fazer isso hje sem falta ,beijooooo dessa amiga mary ,sem col mas feliz apesar disso...