domingo, 23 de janeiro de 2011

Esse blog é recomendadíssimo!

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


The book is on the table... Enjoy....!

A inspiração

Além de um rosto belíssimo, essa mulher, atriz do cinema mudo, tem uma história bem peculiar.

Dotada de uma beleza incomum, além de uma personalidade fortíssima e grande determinação de vontade, Louise foi uma atriz que viveu literalmente à frente de seu tempo. Consciente de seu poder de sedução, Louise não representava: na verdade ela dançava para a câmera, usando a expressividade natural de seu corpo e de seu rosto como instrumentos dramáticos.

Em sua época, a profissão de ator e atriz tinha uma conotação completamente diferente dos dias de hoje. Não havia todo esse "glamour". Dona de um temperamento explosivo, Louise Brooks não aceitava submissamente que seu trabalho fosse mal pago, muito menos que seu nome não aparecesse nos créditos dos filmes em que atuava o que era muito comum. A maioria dos atores e atrizes da época sequer discutia o assunto, pois só assim conseguiam ter trabalho. Louise não, e por isso incomodou muitos diretores e donos de estúdios de Hollywood.

Daí se explica o porquê de uma atriz tão bela ter sido relegada ao segundo plano... Quase desconhecida, ignorada durante tanto tempo...

COMO TUDO COMEÇOU

Mary Louise Brooks nasceu no Kansas, EUA, em 14 de novembro de 1906. Subiu ao palco pela primeira vez aos 4 anos de idade. Com 15 anos deixou a cidade em que nasceu rumo à Nova Iorque, juntando-se a uma Companhia de Dança - a "Denishaw Dance Company".

O SUCESSO

A dança projetou Louise... E em 1925 conseguiu uma posição de destaque no legendário grupo Ziegfield Follies, e daí para o primeiro papel em um filme foi um pulo: sua estréia foi em "The Street of Forgotten Men".

Vai então viver em Hollywood, com um contrato de 5 anos com a Paramount Pictures. Seu temperamento insatisfeito faz com que abandone o studio, em busca de melhores condições salariais na Alemanha, a convite do diretor G. W. Pabst, para estrelar a "Caixa de Pandora", considerado um clássico. Uma produção de 110 min. (disponível em DVD), onde Louise interpreta Lulu, uma mulher misteriosa, capaz de seduzir e destruir todos os homens que dela se aproximam... A versão que corre é de que este personagem teria sido inspirado na própria atriz, já que teve uma vida amorosa bastante tumultuada. Louise teve vários amantes, o mais famoso foi Charles Chaplin.

Depois, já de volta a Hollywood, com o advento do cinema sonoro, vários filmes daquela época, originalmente mudos, estava ganhando cenas adicionais... Louise não esquece os rancores com a Paramount e recusa um cachê de US$ 10.000 para dublar seu personagem no filme ainda não lançado "Canary Murder Case", que fora produzido sem som. Primeiramente Louise ignorou os convites frenéticos dos produtores, e finalmente recusou os dez mil dólares, ignorando a ameaça clássica: ou voltava, ou nunca mais trabalharia em Hollywood. A resposta de Louise foi igualmente clássica:

"E quem quer trabalhar em Hollywood?"

Como represália, os produtores furiosos espalharam o boato de que a voz de Louise era horrível e por isso não poderia fazer a dublagem do filme. O fato teve uma repercussão muito negativa na carreira da atriz, já que o cinema sonoro tomava conta do mercado. Como resultado disso, ela foi literalmente "engavetada"...

Esquecida pelos produtores de Hollywood e pelo público, sem planos e sem emprego, volta a Nova Iorque, para a companhia de seus amigos e amantes. E o que restava do dinheiro ganho em Caixa de Pandora foi facilmente gasto, e ela se endividava cada vez mais. Após algumas tentativas frustradas de atuar em Paris (Prix de Beauté) e na Alemanha (Diário de uma Garota Perdida), mais uma vez o destino lhe oferece uma oportunidade de dar a volta por cima: foi-lhe oferecido um papel feminino num filme policial que lançaria um ator ainda desconhecido (James Cagney; o filme, Inimigo Público). Caprichosamente Louise recusou o papel no filme que projetou Cagney e Jean Harlow, que ficou com o papel que seria dela.

E assim sua vida projetou-se numa espiral decadente. Aos cinquenta anos era uma sombra de si mesma, muito envelhecida, amargurada, isolada, alcoólatra, vivendo frugalmente de uma ajuda mensal de uma instituição filantrópica mantida por um de seus ex-amantes.

NOVOS PAPÉIS: OBJETO DE CULTO E ESCRITORA

James Card, curador do Museu Internacional de Fotografia da George Eastman House, numa viagem que fez a França com o objetivo de preservar e restaurar filmes antigos, principalmente os filmes mudos, ficou enfeitiçado com Louise ao assistir Caixa de Pandora, juntamente com Langlois, fundador e diretor da Cinémathèque Française.

Numa grande mostra sobre os "Sessenta Anos do Cinema", Langlois exibiu na entrada da exposição dois enormes painéis fotográficos: Falconetti, em "La Passion de Jeanne d'Arc" e Louise Brooks em "Pandora". Questionado sobre a escolha de Louise, e não de estrelas mais famosas como Greta Garbo ou Marlene Dietrich, Langlois proferiu a declaração bombástica que seria o grito de guerra da "redescoberta" de Louise:

"Não existe Garbo.

Não existe Dietrich.

Existe apenas Louise Brooks."

De volta aos Estados Unidos, Card tentou aproximar-se de Louise, mesmo sabendo sobre o estado em que a atriz se encontrava. Inicialmente Louise recusou-se a recebê-lo, mas a insistência de Card culminou com o início entre eles de uma profunda - e tempestuosa- amizade, que viria a se transformar no último romance da vida de Louise. Como uma fênix, Louise "renasce" ao lado de Card...

Em Paris, Langlois, organizou uma retrospectiva de seus filmes e Louise concordou em estar presente. Foi aclamada pela imprensa, e se viu cercada de fãs que brigavam por um autógrafo. Estava, assim, lançado o culto a Louise Brooks na Europa...

Enquanto procurava se aproximar de Louise, Card e ela trocaram uma vasta correspondência. Impressionado pela qualidade de suas cartas, sugeriu que Louise escrevesse suas memórias.


Em 1948 começa a escrever sua biografia, que ela mesma destrói ao terminar, seis anos após. Frustrada, ela justificaria dizendo:

"Ao Escrever a história de uma vida acho que o leitor não pode entender a personalidade e os feitos de uma pessoa, a menos que sejam explicados os amores, ódios, e conflitos sexuais dessa pessoa. Não estou disposta a escrever a verdade sexual que tornaria minha vida digna de ser lida.".

Um segundo texto foi esboçado, e nunca completado. Apesar disso, daí para frente dedica-se quase que exclusivamente à literatura, sendo que seu livro Lulu in Hollywood torna-se um Best-seller: o culto chegava, assim, aos Estados Unidos.

Louise e seu "look" Brooksie estava de novo na mídia.

Todo o sucesso provocado pelo renascimento de Louise, ao mesmo tempo em que lhe agradava também a assustava. Com o fim de seu relacionamento com Card, voltou a vida de reclusão. Sua saúde encontrava-se precária. Além do alcoolismo, sofria de artrite e de um avançado enfisema. Mary Louise Brooks morreu em Rochester, em 8 de agosto de 1985, de ataque cardíaco, aos setenta e oito anos.

Louise Brooks não perdeu seu antigo poder de sedução enfeitiçante. Renasce, misteriosamente, tanto tempo depois, num misto de magia e fascínio, recebendo o merecido crédito não apenas por sua carreira, mas por sua coragem em ter sido a primeira mulher a desafiar os tubarões de Hollywood.


Suas fotografias têm um poder de atração até sobre as pessoas que nem sequer imaginam quem ela foi, chegando a beirar a histeria: um fã diz ter encontrado uma foto daquela desconhecida em uma loja de antiguidades e teve compulsão de comprar aquela em particular, em meio a tantas outras, e tentar descobrir de quem se tratava. Outro diz que cresceu envolto no mistério e no fascínio de uma fotografia que seu pai tinha na parede da sala, e que, depois de adulto, procurou descobrir quem era... Sua presença é mesmo iluminadora...

Foi uma vida repleta de altos e baixos. Seus erros e seus acertos fazem parte de sua história pessoal. Seus filmes que atualmente estão sendo restaurados e lançados em DVD, com o objetivo de preservar e exaltar a sua arte surpreende-nos pelo fato de como uma atriz do cinema mudo do início do século passado tem o poder de renascer e se popularizar a cada dia, a ponto de competir com personagens atuais.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O pai de Valentina

























Crepax nasceu em Milão, em 1933. Ao vir ao mundo, seu sobrenome era Crepas, mas depois de iniciar sua vida profissional decidiu trocar o "s" pelo "x", por uma questão estética. Formou-se em arquitetura em 1958, mas começou a viver de seus belos traços cinco anos antes, na área da publicidade e fazendo capas de livros e discos. Chegou até a ganhar uma Palma de Ouro, em 1957, com uma campanha para a Shell.


Em 1959, iniciou sua longa colaboração para a revista científica mensal Tempo Médico, para a qual fez mais de 200 capas. Em 1965, passou a ilustrar um quiz médico chamado Clinicommedie (escrito por "Mister Hyde" e Pino Donizetti), que foi sua primeira experiência utilizando a linguagem dos quadrinhos.


Ainda em 1965, no mês de maio, ocorreu sua estréia efetiva nas HQs, nas páginas da Linus, famosa revista de Giovanni Gandini e Ranieri Carano (e depois de Oreste Del Buono e Fulvia Serra), para a qual criou o crítico de arte e investigador Philip Rembrandt, também conhecida como Neutron.


A coadjuvante de Neutron era sua namorada (com quem acabou casando), uma belíssima e curvilínea fotógrafa chamada Valentina. E ela mudou o rumo da série e da carreira de Crepax, tornando-se a protagonista das histórias e a mais importante personagem dos quadrinhos eróticos em todos os tempos.

Valentina foi criada à imagem e semelhança da atriz Louise Brooks, de quem Crepax era fã. Publicada em vários países do mundo, a personagem tem vários álbuns compilando suas aventuras. Com uma mescla de erotismo e devaneios, ela povoou o imaginário masculino por décadas, especialmente na Itália.


O sucesso de Valentina ainda hoje é tão grande, que suas histórias estão sendo reelaboradas, roteirizadas e filmadas para uma série de 13 episódios televisivos, que serão exibidos na Itália, Alemanha, Suíça e Estados Unidos.


Depois de Valentina, Guido Crepax deu vida a muitas outras "musas de papel", como Anita, Bianca e Belinda, além de assinar sofisticadas versões em quadrinhos de clássicos da literatura erótica, como A História de "O", de Pauline Reage; Emmanuelle, de Arsan; e Justine, de Sade. Também fez releituras de clássicos como Conde Drácula, Doutor Jekyll e Mister Hide e Frankenstein, seu último trabalho publicado, em 2002.


Mesmo enquanto esteve envolvido com os quadrinhos, o autor não abandonou a atividade de ilustrador publicitário, na qual atuou até 1991, fazendo campanhas das mais variadas. Artista extremamente versátil, Crepax também assinou centenas de litografias, serigrafias e aquarelas.
Sempre explorando requintes de sadomasoquismo, Crepax foi considerado, durante muitos anos, o "papa" dos quadrinhos eróticos, posto que passou ao também italiano Milo Manara. Com um traço extremamente delicado, um incrível domínio de luz e sombras e diagramações pra lá de ousadas, suas páginas eram autênticos delírios visuais.
No Brasil, especialmente durante as décadas de 1980 e 1990, os leitores tiveram a sorte de ver muitas de suas obras. A Martins Fontes publicou A Vênus das Peles, Emmanuelle, Justine, Conde Drácula e Doutor Jekyll e Mister Hide.


Já a gaúcha L&PM lançou A História de "O", Valentina, Valentina Assassina? Valentina de Botas, O Bebê de Valentina, Valentina no Metrô, Anita - Uma História Possível, Anita ao Vivo, Bianca - Casa das Loucuras, Bianca - Pensionato de Moças, além de participar da coletânea Casanova.








domingo, 2 de janeiro de 2011

Gouache e cordas


Para iniciar o 2011 com propriedade,
a suavidade do gouache e das cordas.
Por Caro Suerkemper e claro, por N/nós!




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terça-feira, 14 de dezembro de 2010