sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Flor Bela de Alma da Conceição Espanca - suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de Dezembro de 1930.


Ontem, dia 8 de Dezembro, assinalou-se o aniversário do nascimento (1884) e da morte (1930) da senhora que dorme na minha mesa de cabeceira há já vários anos: Florbela Espanca.

Foi uma mulher à frente do seu tempo, com uma história de vida atribulada e sofrida. Mas de uma sensibilidade e de uma paixão imensa, que transpira em tudo o que escreve. E quem melhor que ela para se definir a si própria?

Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. Grave e metódica até à mania, atenta a todas as subtilezas de um raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto, de ser um D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num dar de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não cansa! Toda, enfim, nesta frase a propósito de Delteil: "Trés simple avec son enthousiasme à sa droite et son désespoir à sa gauche."

(Carta a Guido Battelli, 27 de Julho de 1930)

Um comentário:

Anônimo disse...

Qual de nós, submissas (em especial as masoquistas) não se identifica nos textos de Florbela Espanca?
Intensamente profunda e bela.

Bela homenagem!

{cadela loura}_LORD BORG