quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pelos olhos dEle...








Obrigada meu Senhor,

estou muito feliz sendo a menina dos Teus olhos...!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Considerações sobre shibari - Parte II


Introdução às práticas
Ainda que possua suas raizes em técnicas de tortura, a moderna arte dos jogos eróticos com cordas não é em absoluto cruel nem violenta. Trata-se de uma prática totalmente consensuada, com técnicas e limites definidos. Tanto o shibari como o bondage, têm desenvolvido estéticas e técnicas próprias.

Os japoneses utilizam tradicionalmente cordas de fibra de arroz características por ter grande rugosidade, mas também se podem usar cordas de algodão de 8 a 12 mm de diámetro e de 6 e 15 metros de comprimento.


A arte japonesa do encordoamento
O bondage japonês ou shibari, totalmente oposto as amarrações de orientação ocidental, como já foi dito, constrói-se por etapas, dividindo-se o corpo em tres partes principais: primeiro se imobiliza o tronco, depois as nádegas e o ventre, e finalmente o corpo em seu conjunto.

Como parte básica de nosso equipamento precisaremos uma ou duas cordas de 7 ou 8 metros, ou contar com algumas cordas curtas, de três a quatro metros.(Rompe a ortodoxia do bondage tradicional mas ajudar-nos-á muito no começo).


As 3 práticas básicas são:
Shinju: bondage de seios – as pérolas.
Sakuranbo: bondage de nádegas - as cerejas.
Karada: bondage corporal inteiro - o corpo.

SHINJU – As pérolas
(3 cordas curtas ou uma longa e uma curta)

1. Envolve-se o tórax com uma das cordas por baixo os seios mantendo uma pressão constante. Ata-se a corda nas costas à esquerda da coluna vertebral.

2. Repetir a operação com outra corda mas sobre os seios, (A não ser que se empregue apenas uma corda para tudo).

3. Dobrar a corda em 3 e passá-la por baixo das outras entre os seios, cruzando-a uma ou duas vezes e depois a levar às costas formando um "V". Tensionar a corda afim de sustentar e erguer os seios. Atar novamente a corda às costas mas não sobre a coluna vertebral.

4. A pressão mantida sobre os seios irá fazendo-os cada vez mais sensíveis junto com a estimulação dos pontos do shiatsu.







SAKURANBO – As Cerejas
(de uma a três cordas)

1. Pega-se uma corda, dobra-se e faz-se um nó simples com algum espaço para passar um laço. O laço realiza-se por baixo do umbigo, enlaça-se a circunferencia do corpo e passa os extremos da corda pelo laço.

2. Voltar a descer com a corda para o sexo, passando entre os lábios maiores, no caso de um modelo feminina.

3. Voltar a subir entre as nádegas e atar à corda que enlaça o corpo.

As outras duas cordas se enrolam em torno dos músculos das coxas por baixo das nádegas, amarrando-se e deixando uns 30 cm livres. Com essa parte restante sobe-se pelas costas e se amarra a corda da cintura. O nome desta técnica provém da forma com que ambas as cordas ao redor das nádegas lembra muito um par de cerejas.








KARADA – O Corpo
(necessita-se de uma corda longa)

1. Dobra-se a cordas em duas e passa-se ao redor do pescoço, deixando cair ambas as metades de lado do corpo.

2. Fazer um nó justo acima dos seios e outro entre os mesmos, o terceiro na metade do caminho entre o segundo e o umbigo, e o quarto entre o umbigo e os genitais.

3. A corda passa entre as pernas subindo o longo da coluna e passando os extremos pelo laço do pescoço, deixando-os pendurados ao longo do corpo.

4. Agora se separam ambos os extremos e se colocam sobre o tórax, um pela cada lado e abaixo dos seios.

5. Pega-se as pontas soltas das cordas e passa-se sobre as costas fazendo um nó.

6. Dobra-se novamente a corda em duas passando ao redor do pescoço, deixando cair uma parte de cada lado do corpo.

7. Fazer um nó justo acima dos seios, outro entre os seios, o terceiro na metade do caminho entre o segundo e o umbigo e um quarto nó entre o umbigo e o sexo.

8. Passar a corda entre as pernas, subir ao longo da coluna vertebral e passar ambas as pontas pelo laço do pescoço (também pode-se começar de novo para as costas antes de passar as pontas pelo laço).

9. Separar ambas as pontas e trazer sobre o tórax, uma de cada lado abaixo dos seios.

10. Passam-se as pontas por baixo das cordas e leva-se às costas para passá-los pelo laço das costas.

11.Começa-se de novo essa mesma operação (9 e 10) até o fim da corda.








Precauções
1) Quando se passa rapidamente uma corda sobre a pele devemos tomar certo cuidado para evitar queimaduras.
2) É conveniente ter sempre ao alcance da mão uma boa tesoura, um estilete ou faca que possam cortar a corda em caso de emergência.
3) Jamais passe um laço apertado ao redor do pescoço do modelo.
4) É preciso examinar regularmente as extremidades do corpo do modelo para comprovar que as cordas não estão demasiado apertadas.
5) Uma palavra de segurança é conveniente, em especial se o mestre carece de experiência na arte do shibari.
6) Não se deve praticar shibari com modelos que apresentem pressão baixa extrema, problemas cardiorrespiratorios ou de circulação.

* E sempre deve-se lembrar que: "não se trata de um simples amarrar as cordinhas", às vezes, as sensações que um modelo pode experimentar durante uma sessão de shibari podem chegar a níveis inimagináveis e roçar os limites do mágico. Põem-se em marcha sensações que ligam ao indivíduo com seu lado mais oculto e protegido: um terreno inexplorado que convém estudar com ânimo tranquilo e tempo abundante. O modelo, as sensatas e o Maestro, formam um triángulo mágico cujo resultado pode ser de algumas gratificantes horas, um tempo de incríveis emoções...ou o êxtase.
(Sanchidrian, Isacio. Apontes de Kinbaku, 1999)


Léxico
Hojo-jutsu: arte marcial consistente na imobilizacão de prisioneiros, primitivo antecessor do shibari.
Karada: a arte de realizar um bondage « à Japonesa »
Kotori: shibari em Suspensão
Nawa: corda
Nawashi: artista da corda
Nawashibari: atar com cordas
Musubime: nó
Sakuranbo: cerejas, o shibari das nádegas
Shibari: ação de "bondagear" a alguém
Shinju: pérolas, o shibari dos seios



Bibliografía
Matthias T.J. Grimme: Dás Bondage-Handbuch, Black Label by Earp, ISBN 3-931406-16-4
Master K, Shibari, the Art of Japanese Bondage, Secret Publications, 2004. ISBN 90-807706-2-0
Midori, Craig Morey Seductive Art of Japanese Bondage, Greenery Press, 2001 ISBN 1-890159-38-7

Contribuições externas
Wikibooks Shibari - A Arte da atadura erótica, em alemão
Rope-Magic: síntese ocidental-oriental do shibari
Shibari imortal: artigos, documentação e ensaios sobre shibari (inglês/português)
Introdução ao Shibari (castelhano)
Shibari e bondage de exhibición, performance (alemão/inglês)


Continua no próximo post...


por ShibumiSan

Onde quer que eu esteja, constantemente

O tenho em meu pensamento

Amado Shibui...

assim, vem o desejo enorme de partilhar

todas as coisas que vejo ou sinto.

Quero Te alcançar, enfeitar Tua alma...

E para acariciar Teus olhos,

trouxe essa flor,

que como o Senhor, me encantou!

beijo com profunda submissão e fascínio, as

Tuas mãos, que tão longe me levam...

sábado, 14 de agosto de 2010

SssssssshibUiiiii ...

San meu Dono,

hoje N/nossa brincadeira começou assim, com essa foto que o Senhor fez.

Escondidinha, vim deixar aqui para o Senhor enquanto eu estiver viajando.

Um beijo da Tua submissa que tanto Te ama. Até a volta Vida Linda! Até JA!

domingo, 8 de agosto de 2010

Considerações sobre shibari - Parte I


Amigos e conhecidos freqüentemente me perguntam sobre shibari/bondage, então resolvi postar aqui alguma coisa do meu conhecimento sobre o assunto. Como o tema é extenso (e apaixonante), vou fazê-lo em três partes e espero que todos gostem e comentem, é claro.

Shibari é a denominação japonesa para atamentos (amarrações) do tipo "bondage", realizados como prática de refinada relação sexual. Contrariamente ao bondage, não é absolutamente necessário que a pessoa seja imobilizada, total ou parcialmente.

Generalidades:

Enquanto shibari define a ação, o "kimbaku" refere-se à arte de amarrar/atar. É muito importante ressaltar a diferença de conceito entre o shibari japonês e as amarrações de orientação ocidental (bondage), que só pretendem a imobilização do sujeito "bondageado". A arte do shibari não implica forçosamente a imobilização e têm também outros aspectos, como a qualidade estética do conjunto "corda-atamento-submissa(o)", o plano triangular formado pelo mestre, pela pessoa atada e o espectador, muito importante na tradição japonesa e que leva muito em conta o efeito energético - negativo ou positivo - sobre certos pontos da pessoa entregue ao mestre, relacionados com os meridianos energéticos do corpo humano segundo a tradicional medicina oriental. (Midori: The Seductive Art of Japanese Bondage, 2002)


História:

Inventada como uma técnica sutil e codificada de forma de tortura e submissão de prisioneiros, que só podia ser executada e ensinada por um guerreiro samurai, o shibari se construía por etapas, com uma considerável atenção aos tempos: primeiro se imobilizava o tronco, depois nádegas e ventre, e finalmente o corpo em seu conjunto.

No princípio do século XV, o Japão estava imerso numa era de ditadura e guerras conhecido como período Tokugawa, denominado assim pelo governador Tokugawa Ieyasu (1542-1616). Já antes desse período existiam diversas formas, fortemente ritualizadas, para atar e imobilizar por meio de cordas a um samurai inimigo no campo de batalha. Posteriormente, um código punitivo de 1542 regulava o uso de cordas na tortura e aprisionamento de inimigos e criminosos. Existiam quatro formas básicas que incluíam a humilhação, o incomodo, e até a tortura para prisioneiros. Essas penalidades desapareceram com o reino Tokugawa. No período Edo (1600-1878), desenvolveu-se uma arte marcial, chamada hobaku-jutsu, cujo objetivo era amarrar e manter retidos os inimigos ou criminosos por meio de cordas. Desenvolveram-se técnicas muito precisas para conseguir esse fim, às vezes cada comunidade rural ou cada família de samurais tinham as suas, de maneira que ao expor em praça pública, o prisioneiro manietado ou pendurado, as pessoas pudessem, observando as formas dos nós e o tipo de corda, deduzir a classe social do réu, o crime a eles imputado e ás vezes, também, sua idade e sua profissão.

Muitos mestres experientes dizem que o Hojojutsu é o autêntico precursor do shibari e, portanto do bondage. Durante centenas de anos, a polícia japonesa, composta da classe mais baixa de samurais sem emprego depois do final do período dos Senhores da Guerra, empregou essas técnicas secretas para imobilizar os criminosos, já que ninguém fora da casta guerreira podia ver sua execução e deviam seguir três normas invioláveis ao executar o Hojojutsu.

- O prisioneiro não deveria sofrer danos permanentes

- O prisioneiro não poderia escapar

- Ninguém que não fosse da casta samurai poderia presenciar essa técnica

Ainda hoje em dia, a polícia nipônica segue praticando sistema de luta como o Taihojutsu, que incorporam antigas técnicas Hojojutsu para as imobilizações.

No final do período Edo aparece a primeira documentação sobre o shibari ou bondage propriamente dito, em forma de imagens onde se mostra o uso de cordas com fins eróticos, possivelmente como conseqüência da abertura do Japão medieval ao mundo ocidental, depois do rompimento por parte das armadas russo-americanas de seu secular isolamento. Parece ser o castelo de Matsumoto onde se pode provar a existência dos primeiros desenhos assinalando a passagem do shibari, de técnica marcial e de tortura para a prática de refinada sensualidade. A documentação sobre bondage japonês anterior a esse momento é muito escassa, ainda que seja mencionada na literatura popular.

Após o choque coletivo que representou para os japoneses a perda da II guerra e com a redescoberta das tradições históricas nipônicas, a partir da década de 60, o shibari vive no Japão um período de esplendor, que ainda segue perdurando. Os grandes mestres das diferentes escolas realizam exibições em teatros e salas e gozam de altíssimo prestígio e consideração social, tendo inúmeros fãs desejando ser seu dorei (submissa(o)/ou, escrava(o)/ou), considerando-se ser uma honra ser submetido a um shibari por parte de um dos mestres da arte. (Sanchidrián, Isacio, Apontes de Kinbaku, 1999)

*continua no próximo post...


por SHIBUMISAN