quarta-feira, 25 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Considerações sobre shibari - Parte II
Onde quer que eu esteja, constantemente
O tenho em meu pensamento
Amado Shibui...
assim, vem o desejo enorme de partilhar
todas as coisas que vejo ou sinto.
Quero Te alcançar, enfeitar Tua alma...
E para acariciar Teus olhos,
trouxe essa flor,
que como o Senhor, me encantou!
beijo com profunda submissão e fascínio, as
Tuas mãos, que tão longe me levam...
sábado, 14 de agosto de 2010
SssssssshibUiiiii ...
San meu Dono,
hoje N/nossa brincadeira começou assim, com essa foto que o Senhor fez.
Escondidinha, vim deixar aqui para o Senhor enquanto eu estiver viajando.
Um beijo da Tua submissa que tanto Te ama. Até a volta Vida Linda! Até JA!
domingo, 8 de agosto de 2010
Considerações sobre shibari - Parte I
Generalidades:
Enquanto shibari define a ação, o "kimbaku" refere-se à arte de amarrar/atar. É muito importante ressaltar a diferença de conceito entre o shibari japonês e as amarrações de orientação ocidental (bondage), que só pretendem a imobilização do sujeito "bondageado". A arte do shibari não implica forçosamente a imobilização e têm também outros aspectos, como a qualidade estética do conjunto "corda-atamento-submissa(o)", o plano triangular formado pelo mestre, pela pessoa atada e o espectador, muito importante na tradição japonesa e que leva muito em conta o efeito energético - negativo ou positivo - sobre certos pontos da pessoa entregue ao mestre, relacionados com os meridianos energéticos do corpo humano segundo a tradicional medicina oriental. (Midori: The Seductive Art of Japanese Bondage, 2002)
História:
Inventada como uma técnica sutil e codificada de forma de tortura e submissão de prisioneiros, que só podia ser executada e ensinada por um guerreiro samurai, o shibari se construía por etapas, com uma considerável atenção aos tempos: primeiro se imobilizava o tronco, depois nádegas e ventre, e finalmente o corpo em seu conjunto.
No princípio do século XV, o Japão estava imerso numa era de ditadura e guerras conhecido como período Tokugawa, denominado assim pelo governador Tokugawa Ieyasu (1542-1616). Já antes desse período existiam diversas formas, fortemente ritualizadas, para atar e imobilizar por meio de cordas a um samurai inimigo no campo de batalha. Posteriormente, um código punitivo de 1542 regulava o uso de cordas na tortura e aprisionamento de inimigos e criminosos. Existiam quatro formas básicas que incluíam a humilhação, o incomodo, e até a tortura para prisioneiros. Essas penalidades desapareceram com o reino Tokugawa. No período Edo (1600-1878), desenvolveu-se uma arte marcial, chamada hobaku-jutsu, cujo objetivo era amarrar e manter retidos os inimigos ou criminosos por meio de cordas. Desenvolveram-se técnicas muito precisas para conseguir esse fim, às vezes cada comunidade rural ou cada família de samurais tinham as suas, de maneira que ao expor em praça pública, o prisioneiro manietado ou pendurado, as pessoas pudessem, observando as formas dos nós e o tipo de corda, deduzir a classe social do réu, o crime a eles imputado e ás vezes, também, sua idade e sua profissão.
Muitos mestres experientes dizem que o Hojojutsu é o autêntico precursor do shibari e, portanto do bondage. Durante centenas de anos, a polícia japonesa, composta da classe mais baixa de samurais sem emprego depois do final do período dos Senhores da Guerra, empregou essas técnicas secretas para imobilizar os criminosos, já que ninguém fora da casta guerreira podia ver sua execução e deviam seguir três normas invioláveis ao executar o Hojojutsu.
- O prisioneiro não deveria sofrer danos permanentes
- O prisioneiro não poderia escapar
- Ninguém que não fosse da casta samurai poderia presenciar essa técnica
Ainda hoje em dia, a polícia nipônica segue praticando sistema de luta como o Taihojutsu, que incorporam antigas técnicas Hojojutsu para as imobilizações.
No final do período Edo aparece a primeira documentação sobre o shibari ou bondage propriamente dito, em forma de imagens onde se mostra o uso de cordas com fins eróticos, possivelmente como conseqüência da abertura do Japão medieval ao mundo ocidental, depois do rompimento por parte das armadas russo-americanas de seu secular isolamento. Parece ser o castelo de Matsumoto onde se pode provar a existência dos primeiros desenhos assinalando a passagem do shibari, de técnica marcial e de tortura para a prática de refinada sensualidade. A documentação sobre bondage japonês anterior a esse momento é muito escassa, ainda que seja mencionada na literatura popular.
Após o choque coletivo que representou para os japoneses a perda da II guerra e com a redescoberta das tradições históricas nipônicas, a partir da década de 60, o shibari vive no Japão um período de esplendor, que ainda segue perdurando. Os grandes mestres das diferentes escolas realizam exibições em teatros e salas e gozam de altíssimo prestígio e consideração social, tendo inúmeros fãs desejando ser seu dorei (submissa(o)/ou, escrava(o)/ou), considerando-se ser uma honra ser submetido a um shibari por parte de um dos mestres da arte. (Sanchidrián, Isacio, Apontes de Kinbaku, 1999)
*continua no próximo post...
por SHIBUMISAN